quinta-feira, 23 de junho de 2011

Capitalismo: a roda-viva

O sistema capitalista nasceu dentro do feudalismo através do crescimento da burguesia e do desenvolvimento do lucro. O lucro é a maior crítica dentro das teorias marxistas devido à forma como ele é gerado, através da exploração do homem no sistema capitalista. Para Marx os trabalhadores encontram-se alienados pelo trabalho e pela indústria cultural, enquanto as empresas, controladas pelo próprio homem, adquirem cada vez mais lucros, comprovando a teoria da “exploração do homem pelo próprio homem”.
Exemplos comprovam a teoria, como o conhecido caso da empresa asiática Foxconn, situado em Taiwan. A empresa é conhecida por fabricar componentes eletrônicos para grandes multinacionais da área de tecnologia, como a gigante e mundialmente conhecida Apple, e é acusada de submeter seus trabalhadores a terríveis condições de trabalho, sendo tal exploração associada aos diversos suicídios que são cometidos por funcionários da empresa. Acredita-se que os suicídios foram conseqüências de uma jornada de trabalho de 15 horas, além das horas extras, sendo pago um dólar por cada hora trabalhada.
Tal exemplo extremo mostra a geração de uma mais-valia absurda que move a roda do capitalismo: quanto mais o trabalhador produz, mais ele gera lucro e mais alienado ele fica, sendo impedido de lutar pelos seus direitos trabalhistas, já que passa tempo demais produzindo para pensar nisso e, dessa forma, a revolução não acontece. Além disso, o trabalhador mediano tem medo de largar seu emprego, pois haverá uma fila interminável de pessoas querendo sua vaga.
Ainda sobre a roda do capitalismo, Marx previa, logicamente, o fim desse sistema de forma natural, pois ele se esgotaria e não conseguiria se sustentar, a crise financeira e econômica faz parte de um ciclo dentro do sistema, porém, o velho barbudo não contava com o neokeynesianismo, que fez com que o Estado salvasse a economia, investindo trilhões nas empresas privadas para que elas não falissem, como no caso da última crise norte-americana, mantendo a sistema quase inalterado e pronto para continuar sua exploração e geração de lucros até a próxima crise causada por excessos de produção e falta de gente para consumir.
Enfim, os exemplos aqui apresentados só vêm reafirmar e exemplificar a visão de Marx perante o capitalismo, mostrando como a roda viva do sistema responsável por inúmeros males dentro da sociedade nunca pára.

Um comentário:

  1. Oi pessoal !
    Gostei muito do texto,concordo com vocês e ainda queria acresentar alguns pontos se me permitem.
    Lembro-me de ter estudado que o término do feudalismo não foi repentino,ele foi substituido aos pucos por um novo sistema,que acompanhava as mudanças economicas,sociais e até políticas.
    Esse novo sistema seria uma maneira de renovar a economia e transformar as relações de trabalho, que no feudalismo por exemplo, eram relações servis e iriam transformar-se nas relações que temos hoje, patrão-empregado.
    As mudanças seriam muitas : aqueles que não eram donos dos meios de produção seriam obrigados a trabalhar em troca de um salário,a livre concorrência seria permitida, aparecia a propriedade privada , a força de trabalho transformaria-se em mercadoria , entre tantas outras mudanças,que na época foram indispensáveis , porém hoje causaram consequências irreparaveis.
    Como vocês mesmos citam no texto ,Marx previa o fim do sistema devido as inúmeras crises naturais dele próprio,contudo ele nao contava com o Estado para salvar esse sistema.
    Seria ingenuidade afirmar que esse sistema poderia chegar ao fim de modo que não afetasse quase o mundo todo. As condições em que as sociedades se baseiam hoje ,infelizmente,não permitem mais que esse sistema chegue ao fim.
    Uma solução para tamanho problema seria tão dificil de ser descoberta quanto a do Capitalismo se transformar, a ponto de tornar-se mais justo.

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